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São Cristóvão perde pontos por escalação irregular

Além da pontuação perdida, Comissão aplica multa de R$ 10 mil

03/10/2018

São Cristóvão perde pontos por escalação irregular

O São Cristóvão escalou um jogador de forma irregular na Série B2 e foi punido com a perda do número máximo de pontos atribuídos a uma vitória e multa de R$ 10 mil. O clube colocou em campo Willian, que deveria ter cumprido suspensão pelo terceiro cartão amarelo, conforme prevê o regulamento. A decisão foi tomada pela Terceira Comissão Disciplinar, na noite desta quarta-feira (3).

A Procuradoria do TJD-RJ recebeu uma Notícia de Infração, do Mesquita, afirmando que o São Cristóvão não poderia ter escalado Willian na partida com o Barra Mansa, pela sétima rodada do segundo turno. O volante recebeu o primeiro amarelo no dia 12 de agosto, diante do Juventus. A advertência que o deixou pendurado, aconteceu em 2 de setembro, quando enfrentou o Rio São Paulo. O terceiro cartão foi contra o Viva Rio, dia 9 de setembro. Mesmo suspenso, Willian atuou em 16 de setembro, tendo ainda assinado a súmula como capitão da equipe.

O Regulamento Específico da Competição (REC), no artigo 35 II, diz que “o terceiro cartão amarelo acarretará suspensão automática, a ser cumprida na primeira partida subsequente”.

Diante das provas apresentadas, o São Cristóvão foi denunciado nos termos do artigo 214 do CBJD, que fala em “incluir na equipe, ou fazer constar da súmula ou documento equivalente, atleta em situação irregular para participar de partida”.

Mesquita, que notificou à Procuradoria sobre a infração, e Rio São Paulo ingressaram como terceiros interessados. A equipe da Baixada Fluminense foi defendida pelo Dr. Mauro Chidid. O clube se beneficia da punição ao São Cristóvão para escapar do descenso, já que é o primeiro fora da zona de rebaixamento.

– A denúncia é clara de que houve desrespeito do regulamento e o clube denunciante ratifica a notícia de infração e concorda com a procuradoria que o clube deve perder os seis pontos, três da punição e mais três do resultado, pois venceu a partida – sustentou Mauro Chidid.

O Alvinegro do Campinho tem a situação mais delicada. É um dos dois clubes que hoje cairiam. O Dr. Arley Campos concordou com o que foi dito pelo primeiro defensor e deixou claro o benefício que a situação traz para o Rio São Paulo.

– Felizmente para nós, do Rio São Paulo, temos o controle muito rígido de todas as equipes. Futebol não é só no campo, é principalmente no lado administrativo, porque a gente trata de um esporte profissional. Encontramos esse descuido do coirmão. Para nós, que trabalhamos com Direito, é triste uma situação dessa, porque a gente vê o desprezo do time profissional com o regulamento do campeonato.

Sem ter como defender o São Cristóvão da acusação, Dra. Anália Chagas explicou o que ocasionou a infração e lamentou a comemoração dos terceiros interessados.

– Felizmente para uns, infelizmente para outros. Não deveria trazer tanta felicidade, porque ver um coirmão despencar não é uma coisa que traga tanta felicidade. Estou aqui para trazer uma notícia, porque este Tribunal merece uma satisfação. Não foi tão simplesmente um descuido. No começo do ano o São Cristóvão mudou toda parte administrativa e de futebol. O clube e ficou desprovido desse cuidado. Com as próprias pernas, dentro de campo conseguiu chegar acima de todos esses. A pessoa que tomava conta dos cartões deixou o clube, assumiu o sub-20 do Tombense, e quem ocupou a função não teve o mesmo cuidado que o outro. Infelizmente não se ateve ao detalhe de entrar no site e verificar a situação do atleta. Peço que seja levada em consideração a situação financeira. Não existe dívida na Federação e cumprimos com todas as obrigações.

O resultado do julgamento interfere na tabela da Série B2, que está paralisada por uma liminar. A equipe tem 15 pontos e está na oitava colocação. Com a perda dos três pontos e sem os outros três pontos da vitória, cai para a 14ª posição. A decisão foi unânime. Cabe recurso.

Elise Duque/Assessoria TJD-RJ

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