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Goytacaz consegue liberação da torcida como mandante; Laranjão continua interditado

27/12/2018

Goytacaz consegue liberação da torcida como mandante; Laranjão continua interditado

Nessa quarta-feira (26), o Goytacaz entrou com pedido de reconsideração da decisão que proibia a torcida em jogos tanto como mandante quanto como visitante. Após reunião com o Goyta e o Americano, adversário desta quinta-feira (27), o 8º Batalhão da Polícia Militar deu parecer favorável ao clube de Campos e o presidente do TJD-RJ, Dr. Marcelo Jucá, deferiu parcialmente a solicitação. Em partidas que não tenha o mando de campo os torcedores continuam impedidos.

A PM afirma que foi apresentado um Plano de Segurança do Estádio pela empresa responsável cumprindo as exigências feitas no laudo emitido em fevereiro deste ano. As outras recomendações serão cumpridas no dia do jogo, caso contrário os portões não poderão ser abertos.

“O requerente por sua vez, sustentou que a juntada dos laudos vencidos ocorreu por erro material, trazendo aos autos os documentos dentro de seus respectivos prazos de validade. Por outro lado, nenhum elemento foi trazido no que se refere à possibilidade da presença de torcedores na qualidade de visitantes, muito pelo contrário, a medida que foi apresentada uma relação de viagem que faz demonstrar a existência de prática na contramão do que se espera dos clubes de futebol, pois qualquer incentivo às torcidas organizadas deve ser visto como temerário, o que se provou pelos lastimáveis fatos ocorridos na última partida”, sustentou Jucá na decisão, acrescentando que os torcedores listados pelo Goytacaz como envolvidos na desordem estão proibidos de frequentar a arena. Caso a determinação seja descumprida e a presença dessas pessoas no estádio comprovadas, o clube pode ser multado em R$ 100 mil.

Interdição do Laranjão

O Nova Iguaçu também tentou reverter a decisão de interditar o Estádio Jânio Moraes, mas Marcelo Jucá indeferiu o pedido. O clube da Baixada Fluminense entrou, nesta quinta (27), com um pedido de reconsideração, apresentando Boletim de Ocorrência interno elaborado pelo policial que esteve presente na partida, lista de seguranças, declaração do clube e fotos do ocorrido.

No despacho, a defesa do Nova Iguaçu afirma que o disparo com arma de fogo foi feito por um policial militar, conforme o próprio BO da PM diz, e isenta o clube de responsabilidade.

“Ao contrário do que intenta fazer crer a Procuradoria em seu pedido liminar, os seguranças particulares do requerente em momento algum teriam efetuado disparos com arma de fogo. O que ocorreu de fato, como se comprova por documentos em anexo, foi que durante a chegada de policiais militares do 20º BPM, um dos PMs fardados que acompanhava a guarnição destacada para fazer a segurança externa do estádio, teria efetuado um DAF (disparo de arma de fogo) para cima, no intuito de afastar os torcedores do Goytacaz que insistiam em invadir o portão que dá acesso ao vestiários dos visitantes. Cumpre ressaltar, ademais, que os seguranças particulares do requerente foram de suma importância para garantir a integridade física e psicológica dos atletas adversários, sendo certo que nenhum deles está autorizado a portar armas de fogo durante os jogos do NIFC”, diz o advogado Marcelo Mendes no documento.

Mesmo entendendo que o Nova Iguaçu tentou resolver o problema, Marcelo Jucá considerou não haver garantia de que novas confusões não acontecerão no Laranjão.

“Apesar da preocupação do clube para resolver as consequências ocorridas em decorrência do lastimável episódio, de certo que neste momento não existe segurança alguma com relação à impossibilidade de fatos análogos se repetirem em sua praça de desportos. Acrescente-se que o fato de um dos disparos ter sido realizado pela Polícia Militar, não significa que outros não possam ter vindo dos seguranças privados, fato que deve ser apurado com muita cautela. Além disso, o próximo jogo em que o requerente será mandante ocorrerá apenas em 9 de janeiro, o que concede tempo para que essa nova versão dos fatos seja devidamente confrontada com a outra que foi amplamente divulgada pela imprensa”, decidiu o presidente do TJD-RJ.

O Tribunal está em recesso, atendendo, em caráter de plantão, apenas solicitações de urgência. Até que o julgamento do processo aconteça, ou uma nova decisão seja emitida, o Goytacaz continua sem poder ter torcida nos jogos como visitante e o Estádio Jânio Moraes interditado.

Elise Duque/Assessoria TJD-RJ