As 55 cestas básicas entregues pelos atletas Bruno Silva e Rildo, como conversão de pena, foram doadas a moradores do Vidigal. A comunidade, que fica na Zona Sul do Rio de Janeiro, foi um dos pontos que mais sofreram com as fortes chuvas que atingiram a cidade no dia 6 de fevereiro. Somente nesse local, 40 famílias ficaram desabrigadas e o risco de novos desabamentos não está descartado.
Bruno Silva, à época jogador do Botafogo, foi suspenso em três partidas pela bolada que deu no árbitro Bruno Arleu, na final da Taça Rio de 2018. Com o Alvinegro fora da disputa do Carioca, Bruno carregou a punição para 2019, dessa vez como atleta do Fluminense. Bruno Silva cumpriu dois jogos, um em automática e outro este ano, faltando um que foi convertido para 15 cestas básicas.
O vascaíno Rildo pegou o gancho de cinco jogos pela falta em João Paulo na última rodada da Taça Rio, onde o botafoguense precisou passar por uma cirurgia para reconstrução de dois ossos da perna e não pôde continuar no Campeonato Carioca. As duas partidas que ainda faltavam ser cumpridas foram convertidas em 40 cestas.
As doações oriundas da conversão de penalidade são geralmente entregues à instituições filantrópicas cadastradas, mas neste momento era necessário oferecer ajuda também a outras pessoas. O Tribunal chegou ao Vidigal através de divulgações feitas por membros da Associação de Moradores nas redes sociais.
– Acho que em tempos tão caóticos de ninguém solta a mão de ninguém, tão amplamente divulgado em redes sociais, a gente precisa, de fato, não soltar a mão. Fiz uma pequena mobilização nas redes sociais e no dia seguinte o Marcelo Jucá, vendo a minha postagem no Instagram, veio até a mim e procurou saber mais sobre o trabalho voluntário que estava acontecendo sem eu mesma ter noção da tamanha ajuda que estávamos fornecendo. Daí fiquei sabendo das cestas básicas frutos de conversões de punições a jogadores e logo entrei em contato com a Associação e com o meu amigo Piu, que conseguimos uma Kombi da comunidade para buscar as 55 cestas. A entrega foi só alegria. Acredito que se cada um de nós movermos uma força, por menor que seja, conseguimos renovar um pouco as esperanças em dias melhores, por mais que esses dias sejam ainda tão utópicos. Sigamos fortes e unidos, acredito que esta seja a única maneira de sobrevivermos aos dias atuais – contou Wanisy Roncone, produtora audiovisual e voluntária na Associação de Moradores do Vidigal.
Como ajudar
A comunidade ainda precisa de doações de água, materiais de limpeza, itens de higiene pessoal e alimentos não perecíveis. Contribuições em dinheiro também são necessárias, pois serão direcionadas para reconstrução de casas e compra de móveis e eletrodoméstico para as famílias que perderam tudo.
Além da Associação de Moradores, outras frentes estão mobilizadas nessa corrente de solidariedade. O projeto social Vidiga na Social, que foi criado em 2012 para fazer um Natal solidário para as crianças da comunidade, precisou, pela primeira vez em sete anos, unir forças diante de uma situação de desastre, conforme explica Fábio Luiz, responsável pelo programa.
– Já fizemos Páscoa, doação de materiais escolares para a ação Volta às Aulas, festa junina, dia das crianças, mas foi a primeira vez que nos reunimos para ajudar a comunidade em uma situação de tragédia. Mas estamos conseguindo arrecadar bastante coisa, cestas básicas, fraldas, roupas e estamos conseguindo dar esses itens para as famílias que foram afetadas.
Contatos
Associação de Moradores
Márcio Faria: (21) 3322-9723 / (21) 99084-6338 / (21) 96418-5037 / (21) 98818-0172. E-mail: m.faria39@hotmail.com / amv.vidigal@hotmail.com. Endereço: Av. Presidente João Goulart, 737 – Vidigal – RJ.
Vidiga Na Social
Fábio Luiz: (21) 98364-7749.
Nathália Mendes: (21) 98326-1272 / E-mail: nathaliamendes.pepper@gmail.com
Elise Duque/Assessoria TJD-RJ
