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Ofensas a árbitro são punidas com rigor

01/08/2018

Ofensas a árbitro são punidas com rigor

A arbitragem teve destaque no jogo entre Macaé e Bangu, pela 15ª rodada da Taça Guanabara Sub-17, no dia 7 de julho. Os dois treinadores mais o supervisor do visitante foram expulsos e julgados nesta quarta-feira (1). Pelo Bangu, o técnico Luciano César Viana está suspenso por cinco partidas e Alex Benevides seis. Ao comandante do Macaé, Fagner Ribeiro Simões, foi aplicada a pena mínima, um jogo. O clube mandante foi absolvido, uma vez denunciado pela ausência da ambulância. As decisões foram tomadas pela Terceira Comissão Disciplinar.

O árbitro Igor Lourenço Abade dos Santos conta na súmula que, aos 84 minutos, expulsou o treinador do Bangu por discordar da marcação de um tiro de canto e dirigir a ele as seguintes palavras: “vocês estão de sacanagem. Tira a p* do bandeira então”. Após o quarto árbitro acompanhá-lo até para saída de campo, ele ainda teria dito: “aí, me f* seu filho da p*. Tudo que você queria era o empate, seu m*. Arbitragem de b*, cambada de filho da p*”.

Em depoimento, Luciano negou que tenha dito o que foi narrado no documento de jogo e sugeriu que possa ter sido confundido com outro membro da comissão técnica. O treinador foi denunciado nos artigos 258 II, “assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva: desrespeitar os membros da equipe de arbitragem, ou reclamar desrespeitosamente contra suas decisões”, e 243-F, “ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto”, na forma do 184, “quando o agente mediante mais de uma ação ou omissão, pratica duas ou mais infrações, aplicam-se cumulativamente as penas”.

Após Luciano ser expulso, o supervisor Alex Benevides, que estava relacionado, mas optou ficar na arquibancada, entrou no campo e ofendeu o árbitro: “p*, Igor. Me f*, seu filho da p*. Já veio mal intencionado. Arbitragem furreca”. O assistente pediu que Alex se retirasse, mas o supervisor se negou e continuou: “vem me tirar, coloca a mão em mim seu m*, filho da p*.” Benevides respondeu pelos artigos 258 II, 258-B, “invadir local destinado à equipe de arbitragem, ou o local da partida, prova ou equivalente, durante sua realização, inclusive no intervalo regulamentar”, e 243-F, na forma do 184.

O técnico do Macaé, após o término do jogo, contestou diversas marcações da arbitragem, em tom elevado e até a porta do vestiário, quando disse: “vocês estão de sacanagem. Só podem estar de sacanagem. Vão se f*, bandeira filho da p*. Vou enviar ofício para a p* da Federação. Vão tomar no c*. Vocês vieram muito mal intencionados”. Fagner Ribeiro foi incurso no artigo 258 II do CBJD.

Thalles, atleta do Bangu, sofreu um acidente em campo e precisou ser levado ao hospital. A súmula narra como tudo aconteceu, mas imputa ao jogador o nome de Thiago Gomes, que no mesmo documento consta como atleta do Macaé:

“Aos 73 minutos, houve um choque frontal de cabeças, em disputa de bola, entre os jogadores Thiago Gomes, do Bangu, e Matheus Soares, do Macaé. O atleta do Bangu ficou desacordado e necessitou ser substituído. Aos 87 minutos, o mesmo foi levado para um hospital por uma ambulância chamada por um bombeiro que se encontrava no estádio.”

A Procuradoria entendeu que a falta da UTI móvel caracterizava o artigo 211, “deixar de manter o local que tenha indicado para realização do evento com infra-estrutura necessária a assegurar plena garantia e segurança para sua realização”, e denunciou o Macaé.

– Eu verifiquei que o senhor Alex, apesar de ter vindo aqui, ele foi expulso porque se dirigiu ao árbitro pelos xingamentos. Este relator entende que foram realmente dois lances distintos e, por não ter sido contrariado o que foi a denúncia e a súmula de jogo, eu condeno o senhor Luciano a um jogo no 258 e quatro no 243-F. Alex, por ser primário, um jogo no 258-B, quatro no 243-F e um no 258 II, na forma do 184, como requerido pela Procuradoria. Ao Fagner aplico um jogo – votou o relator, Dr. Wagner Dantas, que também absolveu o Macaé pelo regulamento das competições sub-15 e sub-17 não exigir presença de ambulância.

Fagner e Macaé as decisões foram unânimes e os demais denunciados por maioria de votos. A Procuradoria pediu a baixa dos autos para poder ouvir o árbitro.

Elise Duque/Assessoria TJD-RJ

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