Liderando a Série B2, tanto no Grupo A quanto na classificação geral, o Cidade Nova terá problemas para escalar o time nos próximos compromissos. Na semifinal do primeiro turno, quando enfrentou o Campos, no dia 29 de julho, o clube teve seis expulsões, cinco atletas e o técnico. Nesta segunda-feira (3), a Quinta Comissão Disciplinar julgou os denunciados e decidiu suspender Jean em um jogo, Pará (Diego Armando) e Napu (Jonathas) em dois, Ti Neném (Leo de Souza) em três, Daniel cinco e multa de R$ 500 e o técnico Junior Gomes em quatro partidas mais R$ 500.
Confira o relato sumular:
“Ao término da partida, jogadores e membros da comissão técnica correram em direção a equipe de arbitragem reclamando acintosamente das decisões tomadas durante a partida, fazendo ameaças e xingamentos. Os mesmos foram contidos pelos próprios companheiros do Cidade Nova e logo em seguida por policiais. O acontecimento se decorreu na linha do meio de campo, próximo à linha lateral. A partir disso, identificamos e expulsamos os seguintes jogadores, porém não foi apresentado o cartão vermelho dentro do campo de jogo devido ao grande tumulto que já havia se formado e poderia piorar: Jean Cerqueira por proferir ‘seu m*, você não apita nada, seu filho da p*’; Diego Armando por ‘vai tomar no c*, seu m*. Enfie o apito no c*, seu c*’; Jonathas por dizer ‘arbitragem de m*, vai continuar apitando a B2, seu m*’; Leo de Souza por ‘vai tomar no c*, arbitragem de m*, ladrão, seu babaca, seu palhaço’; Daniel ‘ladrão, seu m*, quando você apitar lá em Nilópolis vai morrer, seu c*’ e o técnico Junior Gomes por falar ‘eu quero ver você apitando lá na Baixada, vou mandar matar você, seu otário, filho da p*, ladrão, não foi pênalti, você nos roubou’. Todos os citados gesticularam e apontaram o dedo em riste para toda equipe de arbitragem.”
Com base no documento de jogo, a Procuradoria denunciou os envolvidos da seguinte forma: Jean, Pará, Napu e Ti Neném no artigo 258 do CBJD e Daniel e Junior Gomes nos artigos 243-C e 243-F, §1º.
258 – Assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva;
243-C – Ameaçar alguém, por palavra, escrito, gestos ou por qualquer outro meio, a causar-lhe mal injusto ou grave;
243-F §1º – Ofender alguém em sua honra, por fato relacionado diretamente ao desporto. Se a ação for praticada por atleta, mesmo se suplente, treinador, médico ou membro da comissão técnica, contra árbitros, assistentes ou demais membros de equipe de arbitragem, a pena mínima será de suspensão por quatro partidas.
O advogado de defesa do Cidade Nova, Dr. Marcos Veloso, juntou aos autos uma nota de repúdio que o clube encaminhou à FERJ após a partida sobre os erros de arbitragem, pedindo a exclusão do árbitro da COAF e da Federação, ou para que o mesmo não fosse escalado para apitar jogos de qualquer categoria do Cidade Nova. Presentes no Tribunal, jogadores e técnico assumiram, em depoimento, que xingaram o árbitro, mas negaram qualquer tipo de ameaça, dizendo ainda que foram tratados com rispidez.
A punição dos quatro primeiros denunciados foi consenso. Todos os auditores votaram pela suspensão de Jean em um jogo, Pará e Napu em dois e Ti Neném em três partidas. Quanto a Daniel e o treinador, houve divergência, mas, por maioria, ambos foram multados em R$ 500, tendo o atleta levado o gancho de cinco jogos e o técnico de quatro. Foi aplicado o artigo 183, onde a pena maior absorve a menor (243-C R$ 500 e 30 dias).
O Campos também teve uma expulsão. O auxiliar técnico, Fabiano Pereira, deixou o banco de reservas aos 85 minutos, após reclamar acintosamente dizendo: “p*, só marca para um lado, árbitro de m*”. Por maioria, foi suspenso em uma partida quanto à imputação ao artigo 258 do CBJD.
Elise Duque/Assessoria TJD-RJ