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Macaé e Belford Roxo são punidos pelos incidentes em partida da Série B2 no Moacyrzão

Dirigentes e jogadores também foram suspensos

17/11/2025

Macaé e Belford Roxo são punidos pelos incidentes em partida da Série B2 no Moacyrzão

Em julgamento com várias testemunhas, provas de vídeo e fotos, além de ampla defesa dos envolvidos, realizado na tarde desta segunda-feira (17/11), pela 4ª Comissão Disciplinar Regional do Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro, o Macaé Esporte e o Belford Roxo sofreram punições pelos incidentes ocorridos na partida entre as equipes, pela 7ª rodada da Série B2 de Profissionais, no dia 2 de outubro.

Por unanimidade, o Leão, mandante do jogo, foi multado em 5 mil reais pelo Art. 211 do CBJD, pela invasão de sua torcida no setor visitante. Além disso, a agremiação segue com o estádio parcialmente interditado, em punição já aplicada pela presidência do TJD-RJ, na qual apenas mulheres não ligada a torcidas organizadas e crianças podem assistir aos jogos do clube.

O Alvianil Praiano também terá que isolar e interditar a passagem da área onde houve a invasão, além de reformar ou adequar o local e enviar imagens e laudos ao TJD, mostrando que solucionou o problema. Nos outros dois artigos (35 e 213 -I), o Macaé foi absolvido.

Já a equipe da Baixada Fluminense foi multado, por unanimidade, em 2.200 reais, além de cofirmada a perda de 3 pontos (já aplicada pela Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro – FERJ) no Art. 203, pelo abandono da partida aos 28 minutos do segundo tempo.

No mesmo julgamento, o presidente do Belford Roxo, Reginaldo Ferreira Gomes, foi suspenso por 90 dias e recebeu uma multa de 5.500 reais no Art. 223, por unanimidade, pela ordem dada a sua equipe de não retornar ao jogo, apesar do delegado da partida e da Policía Militar, além da Guarda Municipal, garantirem a segurança do prosseguimento do confronto.

Por sua vez, o atleta expulso no primeiro tempo da partida, Lucas da Silva Manoel, pegou apenas um jogo de suspensão (já cumprido), por unanimidade, no Art. 254.

O julgamento

Após a defesa do Belford Roxo apresentar a prova de vídeo da confusão e as fotos do local em que houve a invasão, enquanto a do Macaé mostrou imagens do policiamento presente, o primeiro a depor no Plenário Homero das Neves Freitas foi o delegado do jogo, Djalma César de Souza.

Ele contou que houve mesmo a invasão, mas que foram poucos torcedores. “Ela durou apenas 3 ou 4 minutos. Realmente, houve agressões entre os torcedores, mas foi logo contida pela PM”, relatou o delegado.

Segundo o mesmo, foi feita uma checagem antes do jogo no local da invasão. “A passagem estava tapada com placas de zinco e parafusada. Com certeza ela foi forçada e arrancada para ter a invasão”, disse o Djalma, frisando que o Belford Roxo se recusou a voltar para a partida, mesmo após a garantia de segurança das autoridades. “Fui comunicado pelo supervisor que não retornariam, mesmo com policiamento reforçado por mais 9 homens (quando o jogo começou haviam 4 policiais e mais 6 guardas municipais). Esse contingente era mais do que adequado para uma partida que tinha pouco mais de 200 torcedores”, completou.

Pouco depois foi a vez do capitão do Belford Roxo, Gerson, dar seu depoimento. Ele revelou aos relatores que já havia alertado ao árbitro sobre uma possível invasão de torcedores no local da torcida visitante. “Dez minutos antes, eu comuniquei o fato a arbitragem. A confusão, mesmo que pequena, tinha familiares de jogadores no local, com mulheres e crianças. Por isso, alguns  atletas acabaram subindo na arquibancada para conter a confusão e preocupados com seus parentes”, salientou o jogador.

Sobre a recusa de voltar a jogar, o capitão do time da Baixada confirmou que houve uma ordem do presidente para não voltar ao campo. “Estávamos no vestiário e fomos comunicados para não voltar a jogar. Porém, estávamos abalados. Não havia mais clima para a prática do futebol. Estávamos preocupados com a volta para casa, pois nossa equipe estava longe de casa e em local que não era nosso estádio”, disse.

Foi a vez do Macaé, sendo representado pelo Dr. Mauro Chidid, fazer sua defesa. “Não houve gravidade para interditar o estádio. Foi um fato pontual. É um estádio grande, que já recebeu grandes clubes, quando o Macaé estava na Série A do Carioca e B do Brasileiro. É um estádio que tem estrutura para isso. O tumulto foi pequeno e logo sendo contigo. E teve a segurança reforçada logo após o triste fato”, alegou o advogado.

Por sua vez, a defesa do Belford Roxo, feita pelo Dr. Marcos Veloso, lembrou de que o time da Baixada não foi o causador do problema. “Parece até que a torcida do Macaé não fez nada. Tinha senhoras e crianças na arquibancada. O Macaé e a arbitragem foram alertados sobre um possível incidente”, afirmou o advogado, explicando o fato dos jogadores não retornarem ao campo de jogo. “Se você não se sente seguro, você recua. Eles estavam num estádio que não conheciam e numa cidade longe”, frisou.

Apesar dos testemunhos e das defesas dos advogados, a 4ª Comissão Disciplinar aplicou punição a todos os envolvidos.

Texto e fotos: Rodrigo Sullivan/Assessoria TJD-RJ
As informações de cunho jornalístico redigidas pela Assessoria de Imprensa do TJD-RJ não produzem efeito legal.

 

 

 

O Macaé Esporte foi