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Punido o Fluminense em R$ 30 mil e perda de três mandos de campo

14/05/2018

Punido o Fluminense em R$ 30 mil e perda de três mandos de campo

Mais uma confusão envolvendo um jogo entre as equipes sub-20 de Fluminense e Vasco. Torcedores do Tricolor invadiram o gramado das Laranjeiras, na semifinal do Campeonato Carioca da categoria, e sobrou para o clube. Denunciado pela atitude de parte da torcida, nesta segunda-feira (14) o Flu foi multado em R$ 30 mil e perdeu três mandos de campo, pela Quinta Comissão Disciplinar.

No dia 28 de abril, menos de 10 dias da invasão em São Januário, na final da Taça Rio, outro problema manchou o clássico. De acordo com a súmula, a partida foi encerrada aos 44 minutos do segundo tempo. Após o terceiro gol do Vasco, marcado por João Pedro, que foi comemorar com a equipe, torcedores do Fluminense invadiram o campo e entraram em conflito com policiais e seguranças do estádio. Jogadores do time mandante e membros da comissão técnica tentaram acalmar os ânimos, conforme mostrado em vídeo. A arbitragem e os vascaínos buscaram proteção e não houve qualquer tipo de agressão.

O relato sumular acrescenta que foram atiradas duas bombas da arquibancada, próximo ao alambrado, onde estavam os tricolores, sendo uma aos 28 minutos e outra aos 55 minutos, não sendo possível identificar os autores.

Pelo ocorrido, o Fluminense foi denunciado com base no artigo 213, I, II, III, §1º do CBJD, que trata de “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir: desordens em sua praça de desporto; invasão do campo ou local da disputa do evento desportivo; lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo. §1º Quando a desordem, invasão ou lançamento de objeto for de elevada gravidade ou causar prejuízo ao andamento do evento desportivo, a entidade de prática poderá ser punida com a perda do mando de campo de uma a 10 partidas, provas ou equivalentes, quando participante da competição oficial”.

O diretor de base do Flu, Edgard Maba, explicou que o plano de ação utilizado nesta partida não é o de costume para a categoria, mas que atendeu ao que ficou decidido na reunião entre as partes envolvidas.

– Houve uma reunião de plano de ação para essa partida, realizada na Federação, com a presença dos clubes e policiamento. Não é normal esse tipo de reunião para as categorias de base, mas foi convocado por causa dos acontecimentos em São Januário. Ficou definido como seria feita a segurança da partida. Uma entrada exclusiva para cada torcida, presença de policiamento interno e externo pelo Batalhão local e o GEPE e mais 30 seguranças particulares. Por precaução, o Fluminense decidiu colocar mais três seguranças particulares, além do que foi decidido na reunião. Geralmente o público das categorias de base é composto por familiares, empresários e pessoas que trabalham com futebol. Em campeonatos sub-20, a separação das torcidas não é comum – contou Edgard Maba, acrescentando que a organização foi feita, excepcionalmente, pelo departamento de arenas.

Carlos Augusto Souza, que é gestor de segurança do Fluminense há 27 anos, contou como o clube e o policiamento agiram durante e depois da confusão, mas também relatou que não esteve presente na reunião que aconteceu na FERJ.

– Dividimos o estádio em dois. No início do jogo foram postos quatro seguranças na revista de cada torcida. Com os demais fizemos um cerco no campo para proteção da comissão técnica do Vasco e para as duas torcidas e quatro para equipe de arbitragem. Isso no transcorrer do primeiro tempo. No segundo só ficaram dois na revista e os outros foram para o cerco do campo. Quando notamos que o pessoal da torcida organizada do Fluminense estava tirando a camisa, em fui lá fora chamar o policiamento do batalhão local e do GEPE e entramos. Enquanto estávamos entrando, notamos cinco pessoas tentando pular o alambrado. Outros torcedores arrombaram o portão e foram em direção a torcida do Vasco, mas acabaram contidos pelos seguranças. Escoltamos os torcedores do Vasco até a saída e a equipe até o ônibus e, a nosso pedido, o GEPE acompanhou os jogadores até São Januário.

O árbitro, Daniel Vitor Costa da Silva, também foi ouvido pela Quinta Comissão e reforçou o que foi dito na súmula, acrescentando apenas que o policiamento esteve presente desde o início do jogo e durante a confusão foi feita a proteção de atletas e arbitragem.

Para a defesa, feita pelo Dr. Carlos Portinho, o Fluminense agiu conforme o regulamento, mas que imprevistos acontecem.

– Os clubes são sempre surpreendidos pois não há segurança infalível. Existe sim a obrigação do clube em adotar todas as medidas que estão ao alcance para tentar impedir esse tipo de situação. O que aconteceu em São Januário não aconteceu nas Laranjeiras. Em São Januário os atletas do Fluminense foram acuados por torcedores do Vasco e o árbitro foi agredido por um jogador que não estava relacionado. Por este motivo houve o plano de ação que não é comum para categorias de base.

Mesmo com as provas, depoimentos e explanação, o entendimento da maioria dos auditores foi da responsabilidade do Fluminense sobre o ocorrido. O relator, Dr. Luiz Felipe F. da Costa Neves, multou o clube em R$ 30 mil e perda de três mandos de campo afastando a aplicação do artigo 182, que fala em “as penas previstas neste Código serão reduzidas pela metade quando a infração for cometida por atleta não-profissional ou por entidade partícipe de competição que congregue exclusivamente atletas não-profissionais”.

Elise Duque/Assessoria TJD-RJ

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